pro.cras.ti.nar: verbo, deixar para fazer algo mais tarde sinônimos: empurrar com a barriga, deixar pra depois, protelar, demorar, deferir, espaçar, usar delongas... Do infinitivo latino procrastinare. Eu procrastino Tu procrastinas Ele procrastina
terça-feira, 10 de março de 2009
Uma esmola pelo amordi??
A Bela Libanenesa postou em seu blog, no último 4 de março, uma anedota sobre um rapaz que riu ao ver a quantia que lhe foi servida de gorjeta. Ela ficou revoltada e com toda a razão. Agora, sublimemos. É realmente difícil enfrentar a postura de ingratidão das pessoas. Exige um esforço sobre-humano e uma paciência de jó. Em tudo de bom que fazemos esperamos, no mínimo, reconhecimento alheio, esquecendo até do nosso próprio reconhecimento. Se eu fiz algum ato bom, positivo, que gerou algo de bom para mim mesmo ou terceiros, quero de volta um sorriso, uma promoção, um gracejo, uma flor ou uma foda. Mas se analisarmos ao fundo, nos prendemos a um ponto totalmente desnecessário, mas totalmente desnecessário mesmo, e que no final só traz angústia, raiva e vontade de ver cabeças rolando. Parece sermão de spam, mas não é, não. É bem prático o lance, olha só:
Sou totalmente revoltado com o sistema de flanelas que "vigiam" nossos carros nas ruas. Você paga seus impostos e onde não tem zona azul, tem um rapaz, ou um senhor, lá querendo pastorar seu veículo sob um contrato verbal unilateral. Eles não fazem como o Chaves, que pede pro seu Barriga pra vigiar a caminhonete, recebendo em troca uma gorjeta. Eles estão lá e se você não paga, é melhor voltar lá não. Na minha faculdade havia um que fez amizade comigo. Era super tarado e me compartilhou que tinha dia que via minas tão lindas, que batia uma atrás da árvore (HUGO!!!). Dava pra reparar que ele tinha um certo desvio assim, não gozava de TODAS as suas faculdades mentais, não. Mas era pai de 4 filhos pequenos ,de 2 loucas diferentes. Nunca deixei de dar moedinhas a ele por mais que eu fosse contra a forma de merecimento. Sempre pensei que se ele tivesse oportunidade, não estaria ali não. E também pensava nos filhos do coitado, até conheci dois deles. Por mais que fosse injusta a forma, o resultado seria mais que justo, seria o indispensável, o inalienável. Imagine você chegar em casa e ver pessoinhas pequenas chorando de fome. Se meu sobrinho chora porque o nemo se perde do pai, e isso já me parte o coração, imagine você sendo pai e vendo seus filhos chorando de FOME. Pensava nisso. Teve dias que até dei cincão pra ele. Ele nem me agradeceu direito. Outro dia eu estava sem moedas e havia me sobrado na carteira algumas libras de quando fui a Londres. O que eu ia fazer com aquelas moedas?? Ir até o câmbio trocar que eu não ia... dava o dobro do valor da moeda pra não ter que ir. Colecionar muito menos, já tenho outros exemplares. Dei a ele. E um retardado, mais que ele, dono de um citroen, vendo a libra nas mãos dele a comprou por 10 mangos! O coitado ficou me contado essa história pelo resto do ano, e divulgava pra quem quer que fosse, e todo dia falava " deixa pra lá, você é papo 10 cara, me deu um dinheiro super de valor ae, de gringo, meu!". Nunca mais me senti constrangido a dar dinheiro a ele. Mas continuei dando. Dei até a camisa do Mr. gay SP que o coitado, agradecendo muito, ostentava sem saber do que se tratava.
Moral da história. Quando for fazer algo que você julga ser uma boa ação, seja egoísta e benevolente ao mesmo tempo. Pense no bem que aquilo fará aos outros. No caso da Lib. O cara é um entregador, vai saber o tanto de gente que há na família dele ou o cotidiano de cão que ele deve ter? Por mais horrorosa e amarga que a pessoa seja, duvido que não dá uma coisa boa dentro de si ao pensar que gente que precisa, gente inocente, está sendo ajudada. Mas caso o negócio seja uma farsa e nenhuma criança faminta será alimentada, pense que sua parte você fez, que você sentiu essa coisa boa que dá só de pensar em fazer o bem. Deixe emergir sua parte egoísta. Não ligue pro resultado final. E isso vale pra tudo. Se você se estrepa no trabalho e ninguém reconhece lhufas, pense no que aprendeu, no que levará adiante em trabalhos futuros, e que a pessoa que não reconhece agora, uma hora irá reconhecer, ou no mínimo, sentirá remorso por não ter reconhecido.
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Bela Reflexão.
ResponderExcluirÍntima, porém universal.
Jean F.
http://legitimando.blogspot.com
Gostei da forma que tu esteves e como abordou o tema, virei aqui mais vezes!
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