segunda-feira, 9 de março de 2009

Leite com Alegria...


E não é que esse ano o Oscar realmente premiou o melhor ator? Tudo evolui mesmo. O filme é simples, um roteiro sem grandes complicações e personagens coadjunvantes sem muita profundidade. Um palco pro Sean Penn mostrar o pau e sambar na performance. Adorei os trejeitos com a mão (uma bee sutilmente feminina), o narigão, a força na voz que faz as veias aparecerem e a pele ficar avermelhada. Enfim, um show! Agora partindo pra seara temática, o filme é mais que competente. O tom meio que documentário e a narrativa do próprio protagonista dão o ar de credibilidade ao filme. Só não curto muito esse lance que o Gus Van Sant tem de acompanhar o personagem com a câmera por trás, estilo jogo de video game, como ele fez em "ELEPHANT". Me deixa meio tonto. E nem ficar fazendo a linha parkinson com a câmera na hora dos comícios. Agora um ponto a ser levantado, algo que não costumo ver as pessoas falarem por aê: é lindo, emocionante, vibrante, ver a coragem de algumas pessoas para enfrentar preconceitos e outros conceitos atrasados da Humanidade. Pessoas que vieram para ajudar e representar toda uma parcela da população, e mostrar à sociedade o que realmente importa. Só não acho que dá pra exigir de todas as sociedades os mesmos ícones e remédios. Não existe, e creio que nem vá existir, um Harvey Milk no Brasil. Os americanos, como os anglo-saxões, em geral, não conseguem entender muito os conceitos de "diferença" e "tolerância". Basta ver como foram tratados os nativos de todos os lugares onde a coroa britânica dominou. O negros sul-africanos gostaram, os aborígenes amaram e os indianos e indígenas não conseguem viver sem. E isso se estende, claro, a nós, sandálias! Já nós aqui da terra arroz-com-feijão temos um histórico de maior tolerância. No fundo, os portugas sempre souberam que os negros e os índios eram tão gente quanto eles, só um pouco menos afortunados. Por isso que trepavam-se, casavam-se e resultou nessa nação vira-lata linda a qual pertencemos. Portanto, quanto maior a ação, maior a reação. E se nós não temos esse racismo latente que existe lá pra cima ( ódio de quem fala: "ai, melhor assim do que essa coisa velada"), também não temos quebra-quebra contra nós, gazelas (de modo geral, peloamordi!), pois eu não conheço ninguém que tenha levado uma curra (involuntária). Da mesma forma que não tivemos um reverendo Martin Luther King, não teremos um Harvey Milk. Conquistaremos, sem dúvida, todos os direitos HOMO, mas de outra forma. Sem tantas mortes, assassinatos e quebradeiras.

2 comentários:

  1. Assisti Milk na sexta passada, e confesso que saí emocionado do cinema. Não conhecia a história do cara, fui mais no embalo de querer ver um filme que ganhou um Oscar, e foi uma excelente escolha.
    Concordo com vc que a história é bem típica de país anglo-saxão, onde tudo é muito polarizado e não existem meios-termos. Mas essa polarização é que empurra as coisas para frente, que força mudança. Acho que no Brasil, apesar da maior tolerância geral da sociedade, ninguém de credibilidade quer ser associado à causa gay. Então aparecem as figuras caricatas que só fazem a causa naufragar mesmo.

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  2. o preço de ser menos doloroso é ser mais lento... mas com certza atingiremos!

    obrigado pela visita!!

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