A Festa da Carne!

Já procrastinado, tenho a permissão para voltar. Desde muito menino sempre me perguntei qual a função do carnaval; qual seria a razão de pegar um determinado período do ano, fazer o povo sacudir e balançar como se não houvesse amanhã, e depois jogar uma quaresma nas idéias pra pensar sobre o que fez. Foi mais ou menos isso que capitei quando ouvia a tia do catecismo falar de carnaval. Se você é como eu e adora um discovery ou net Geo, ou tem paciência pra dar uma wikipediada, sabe que carnaval é um período de "despedida da carne", festa da Carne, enfim, é um período em que boa parte do hemisfério ocidental canta, dança, pula, transa (especialmente no nosso caso) e se diverte devido a razões não muito explícitas já que o lance tem origem na idade média.
Também, ainda menino, reparei que no nosso ciclo anual existe aquela época em que nós damos aquela recalibrada toda pra aguentar o tranco que é o nosso dia a dia; seja férias na praia, brincadeiras com primos (troca-troca :oP), joguetes de baralho, festança sertaneja, forró, samba, momentos esses que nos dão prazer em lembrar que passamos, e sabemos que nos aguardam ano que vem, momentos que buscamos atingir novamente o tempo todo mas sem muito sucesso na maioria das vezes. No meu caso, e creio que no caso de muita gente, esse momento coincide com o Carnaval. De fato no Carnaval geralmente você se desloca do seu casulo, onde você passa as raivas, angústias, dores e sofrimentos e se joga em um algum lugar com o único objetivo de se divertir, de espalhar sorrisos, alegria e receber de volta. No meu caso, sandalinha paulista que gosta de ferver em the week (dosadamente) e assiste cinema no frei caneca, ou seja, uma gay típica da região, tenho escolhido Florianópolis. E o babado só foi tomando dimensões cada vez maiores a cada edição. Desde 2005 começando só com a ferveção no Deca e com o jogo de caça na galheta, passando pela presença da malvada em 2007, tudo foi ficando mais sofisticado, mais intenso e mais caro também. Seja pelo fato de ser uma ilha, ou por nos impactar com aquela lagoa imponente,praias exuberantes, dunas, gaviões dando razantes e na mesma quantidade de pombas que temos na Sé, o negócio é que o lugar te deixa atordoado, sempre com o astral nas alturas.
E esse ano a malvada judiou de nós!! Um lugar lindo, reformulado, com leds, arco do trinfo, iluminação perfeita, com o deck em níveis crescentes começando pelo píer na lagoa até o grande Toldo branco onde se concentrava toda a massa; onde quer que você estivesse conseguia ver e ser visto, tirando a tentativa de pista que felizmente foi gongada!
Quem presenciou sabe que foi um momento de muita integração entre amigos, de muita curtição, e que por mais que muitos achem aquilo uma perda de tempo, dinheiro e saúde, por uma grande futilidade, o que importa é que muita alegria e felicidade foi compartilhada ali, e talvez o fato de não ser algo profundo é que possibilita esse nível de felicidade coletiva atingida durante esses dias de carnaval. E assim podemos voltar aos nossos nichos sociais com pilhas recarregadas porque o tranco não é mole pra ninguém! Seja você a velhinha de taubaté ou Chiquinho Escarpa! Tudo foi muito lindo e perfeito. Peter mais uma vez mostrou ser Peter; Matinée é luxo e sofisticação, mas quem quase nos matou foi esse fechadão das pistas. Foi tudo tão bom que nem dá pra lembrar direito do cheiro de água de xuca que subia alguns dias do nada, mas que desaparecia também. Alô prefeitura de Floripa, saneamento minha gente! Mas acabou-se o que era doce e quem não sentiu se arregalou-se. Ficam a alegria, as fotos, as amizades constituídas, outras fortalecidas, o gostinho de quero mais e as energias para mais um ciclo. Recomendo Floripa como seu recarregador de energia!