quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Do Amor


Palavra senhora de muitas doutrinas, religiões, teses e outras instiuições. Sócrates comentou a respeito do seu valor e Jesus fez seu nome em seus resultados. Pergunta brega: o que é o amor? o que é realmente amar, qualquer que seja o sentido, qual a convergência? seja o amor de "amigo", "amor de namorado", "amor de mãe", não, não, AMOR... A M O R e ponto! no grego encontramos o sentido de dar a vida por algo ou alguém, seria então doar-se... mas pra quê? qual a mola propulsora? O amor, oras, ele basta por si mesmo, é estóico! é um sentimento neutro, sem inquietutes, amor pleno. Seria então a "plena plenitude"? Mas quando seu namorado, após alguns meses, ou no nosso caso, semanas, pois é, diz um emocionante: "eu te amo". Seria amor ou cupidez? Não estaria ele te dizendo "quero possuir-te"? no coloquial utilizamos esse sentido, o da propriedade. Isso, o que chamamos por amor ao próximo é apenas o desejo imperioso de uma nova propriedade. Cansamos pouco a pouco do antigo, do que possuímos com certeza, temos ainda a necessidade de estender as mãos, mesmo a melhor de todas as situações nos cansa, a praia mais linda do mundo torna-se tediosa depois de algum de tempo, a posse se esvai com o uso, e o prazer consiste em continuar transformando sempre qualquer coisa nova em nós mesmos, fazendo do novo uma parte do que pensamos ser o nosso "eu", e quando estamos cansados de nós mesmos cansamos também de toda a nossa bagagem e propriedades que trazemos conosco. O sujeito conhece uma nova pessoa, um cara gostoso, belo sem fim, inteligente, divertido, "amoroso", e enxerga nele uma nova conquista, aflora toda uma energia ótima, linda, avassaladora e com algemas em mãos. Esse é com certeza o maior de todos os desejos de posse. Naquela pessoa que diz ser sua amada você quer construir seu império, onde será absoluto, possuidor exclusivo, tanto da alma quanto do corpo, quer ser amado unicamente, habitar e reinar como o único a ser amado e desejado, excluindo a pessoa de todo o resto da existência, porque, pra você, a única partícula da existência que pode dar razão a vida daquela pessoa é você mesmo. Adorna, elogia, faz sentir bem, mas apenas prepara um altar onde quem será adorado e glorificado será você mesmo, com garras e vigores despóticos, monoteístas, que ao menor sinal de infidelidade faz a destruição Sodoma e Gomorra por Jeová parecer fichinha perto do ira que você lança sobre o sujeito. Isso não significa outra coisa senão excluir o mundo inteiro de gozos de um bem, de uma felicidade preciosa; se pensarmos que aquele que ama visa empobrecer e privar todos os demais competidores, e tornar-se o dragão do seu tesouro, sendo o mais implacável conquistador, o explorador mais egoísta; se imaginarmos que todo o resto do mundo e das coisas que ele oferece lhe são indiferentes, desbotadas, sem valor, e que se encontra disposto a qualquer que seja a ilicitude moral ou sacrifício, a combater qualquer que seja a ordem, então espantamo-nos que esse sentimento primitivo, bárbaro, cinza, seja o que utilizamos hoje como "AMOR", ao mesmo tempo que tantamos extrair da mesma palavra a antítese do egoísmo. Não, não é desse tipo de amor que acredito ser o caminho e salvação da existência, não é esse amor que procuro em namorados, parceiros e amigos. É o amor da desobrigação, da liberdade, da renúncia a si mesmo, o amor compreensivo. Eu nos meus tenros 25 anos posso afirmar com muitas altivez: EU AMO! amo porque entendo, porque enxergo nos meus amados suas virtudes e seus "defeitos", que não passam de estilo a serem lapidados. Amo incondicionalmente, qualquer que seja a situação. Amo na eternidade da vida, na certeza de um sentimento sublime, quase inexpressivo em palavras, um amor que ultrapassa o ser e chega ao infinito, ahh como é bom esse amor!!!!

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